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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Par de vazios

-Foi tão bom te encontrar
-Eu que o diga, no momento em que te encontrei, eu estava tão vazia,tão apática e de baixo astral.
- Nossa, voce estava tudo isso, e ainda assim eu me apaixonei por você?
- Sim, não é lindo?
- Não, Agora eu que me sinto vazio, apático.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O coração é o novo siso

Odeio esse sentimento de pensar que eu só tenho as coisas por que um dia elas foram rejeitadas pelos outros. Um dia eu ouvi de uma pessoa;que Deus havia pensado em tudo, ele fez o pescoço da Girafa grande pois a folha que ela comia estava em um lugar muito alto, mas ora, então Deus não precisava ter o trabalho de fazer o pescoço dela grande, era só ter colocado seu alimento no solo.É facil pensar em tudo, quando se criou tudo, é como um grande poeta disse certa vez, as palavras que vem nas palavras - cruzadas servem só para as palavras cruzadas, é muito facil resolver o problema que nos mesmos criamos o dificil é solucionar o que não temos nem idéia.Hoje em dia tem pessoas que nascem sem o siso, pois ao longo do tempo ele foi se tornando inútil, e eu fico pensando que no tempo em que nasci foi tirado de mim algo como o siso, por que eu sinto falta de alguma coisa no meu corpo que foi tirado antes do nascimento.Imaginem algo que foi tirado de você antes mesmo de você nascer e a quantidade de orgãos que vão se tornar obsoletas nas próximas décadas.Daqui alguns séculos,pessoas nascerão sem coração por que vai ser totalmente dispensavel, o coração será o novo siso.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Favos

Teu céu de favos
Afáveis favores disciplinados
Favorito de milagre
Agrego a vida a meu pensamento
Teu Deus escapa por uma harpa divina
Os dedos que hoje levantados
Sussurram preces secretas
Compro o comprometimento
De só falar seu nome.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Zero

Eu sempre começo do zero
O acumulo do nada
Preciso associar o oposto
Para assim não me esquecer das semelhanças
Simultâneo mutante
Muda de lado o presente e o passado
Esconde a idéia
A mesma mente que decora o defeito
Reter o que remete
Deter o que deleta
Isola-se a lembrança datada
Navego entre pensamentos
Esse barco já ancorou

domingo, 23 de janeiro de 2011

Tempo

O tempo intimida a minha idade
Aponta seus ponteiros na minha cara
Seu despertador grita em meus ouvidos
“I want you older”
Ignoro e continuo a dormir
Derrotado pela inexorável vida.

Revelia

Se eu pudesse reler a lua
Refaria sem regalia
Me valeria de astronauta
Na realeza do espaço
Reaver o teu amor
Revelar teus pés
Acima do sol
Voa o que não é real
Alia-se ao céu
Toda linha do absurdo .

sábado, 22 de janeiro de 2011

DNA

Meu coração bate por puro acaso
Deus compadecendo meu humor
hoje a paciência parece me cercar
pulo e não engulo outro susto
me preservar de verdade
me fez perecer na dúvida
Você é como janela
se não me jogo em você
é por que eu morreria
Meus óculos embaçados de cansaço
não enxergam além da lente
Estive perto de sua distancia e não aprovei o silencio de sua noite
Eu quero amargar o funcionamento de seu desejo
e repensar toda sorte
Deixará o caminho livre para o desperdicio
Fortuito me encarregarei de ser o resto
Minha origem não é nada original eu também emergi na tecnologia
só ganhei espaço entre os mortos
meu manifesto é contra o senso
Descubra teu nome e depois me chame que eu volto mas se eu não voltar esteja em minha frente
Viver é apertar o interruptor para acender uma lâmpada queimada
Não persiste o erro que não é distraído
Vence o apego que é traído
Juntos somos imparciais
quando a luz acabar,ligue todos os interruptores ou nunca saberemos quando ela voltar
Minhas mãos paralisadas por falta de tato
minha língua fica seca por falta de assunto
todos os meus sentidos revogaram
Formigas em meu DNA.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ratos e Violão

Julio se trancava no quarto,todas as vezes que ouvia um estrondo vindo de sua sala,era uma mistura de lata caindo com um ruído estridente,certa vez Julio no ímpeto de sua idade,foi espiar o barulho assustador,e pode ver que era uma pequena assombração na silhueta desgovernada de um rato.Julio não pensou duas vezes voltou a se trancar no quarto,e de lá nunca mais saiu,todas as vezes que ouvia o fatídico som,ele tapava os ouvidos e fazia uma pequena oração.Algum tempo se passou,e a harmonização do rato foi substituída por um ritmo de acordes oriundos do violão de sua irmã,vale ressaltar que a sonoridade dos dois se assemelhavam e muito.No quarto o som que entreva pela fechadura era o mesmo que o atemorizava,na cabeça dele continuava sendo o som do rato.Julio ficou meses no quarto sem saber que já não havia mais ratos e sim,só o violão.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Dentro de mim

- Sua voz é linda
- Não é não,é frágil
- Eu acho pura poesia
- Meu pai diz que falo para dentro
- Só se for para dentro de mim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tolerante

Sinto mais saudade do que acabou de acontecer
Do que daquilo que nunca mais aconteceu
Não sei sentir nada,sem for um maremoto
Não há mais pecado no encontro
Aonde a auto-suficiencia de quem não se ama,escapa da tolerencia
Não quero alguém me ame,quero alguém que me tolere.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Poder da Mente

- Se eu me concentro,eu consigo movimentar coisas com a mente
- Isso é incrível
- Ah,eu também consigo manipular o ritmo das coisas com a mente
- Isso também é incrível
- E você,consegue fazer alguma coisa especial com a mente?
- A coisa mais especial que consigo fazer com minha mente,é pensar em você.

Leveza e Avesso

Sua culpa é batizada
o que mora em mim ,não está comigo
minhas pernas mentem
meus olhos sentem
sentem toda poeira de seus olhos
puxa de dentro de mim minha voz
resgata o som de minha consciencia
só sou submisso em minha educação
Corpos são só troncos,pontes frágeis para a sabedoria
Aonde eu moro,até as nuvens tem pele
A minha mente hoje me segue
e para,em qualquer poça de indecisão
O céu é o avesso da terra
Meus anjos são dragões invisiveis
Tudo é leveza e avesso
Tudo é sal e aspero
Teu salto elegante
encontra na minha força o amor
traido pela queda
cada pedaço de mim suspenso no crime
Tudo é salto e queda
amor e desconforto
Que seja o que vier
que o que vier seja meu.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Alvoroço

Ainda sou moço
pra tanto alvoroço
se alma é desenho
eu só tenho o esboço
se a felidade é comprada
eu peço reembolso
e se o amor é um jogo
eu só jogo amistoso.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Intimidade

Não há intimidade entre acertos
Tudo que salta não volta
Todo coração solto é perdido
Não há intimidade entre erros
O que não volta não muda
O que não vai não me transforma
a coincidencia torna as coisas eternas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vivo

Tanto desanimo é desumano
toda felicidade em desuso
acaba me desnutrindo
intruso despreparo do medo
a destruição vem da distração
sem instrução de uso
a tração da tristeza é a traição dos meus pensamentos
tudo é deserto quando não se tem direção
detento de mais um sonho entre os dentes
presa frágil dos desavisados
Zomba de mim a sombra do descaso
enquanto o sol permanece em descanso
minha natureza desnaturada
amamentada por desilusão
Desato de todos os desatentos
atentado terrorista em meu peito
terra vista em meu leito
diga a morte que eu fico
VIVO.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ode ao Brasil

A minha língua é um canteiro de obras
Meu peito sempre em reforma
Da leve arquitetura
Seus abraços elevam
O troféu de açúcar e sal
Transfiguram na matéria prima
A rima do açude
A jangada urbana
Pesca pedras em regras gramaticais
No asfalto que é peixeira
até o verde já foi pisado
Como sangue de Antonio Conselheiro
a sujeira exilada
Louvo o teu cordel
Tua velhice me ensinou a escrever
Em seu trem,nem só de cafécompão cafécompão cafécompão viverá o poeta
O amor sobrevive a sertões
Não há seca na palavra
Ordem e progresso como bússola
Em uma tarde em Triunfo
Da navalha surgirá o País
Do trabalho escravo dos livros
Que se acorrenta nas arvores
Passaportes em fronteiras
A minha palavra corre fronteiras
Disseminando em teus rios
Não há memória sem luta
Como não há luto sem morte
Canto teus passarinhos
Na ditadura e na copa
As tuas favelas
Até o céu conhece
Em teu Cristo que sobe os morros todos os dias.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Nouvelle

A sua palavra me desafoga do tempo
Derrete o piano em tuas mãos pequenas
Enquanto abandono meu cigarro por imprudência
Verniz do meu peito que descarrega lembranças
O herói se distancia por insegurança
A borboleta do seu cabelo não voa mais em meu retrato
Domado por uma dama
O herói não sabe rezar
Fagulhas queimam minha boca
Figuram um quadro sem moldura
A vida é mais que nouvelle vague
Quando eu correr,você vai me olhar
Com meu revolver incompreendido
Teu beijo é a biografia da minha vida
Descreve o preceder do salto
Em sonhos a beira do abismo