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quarta-feira, 31 de março de 2010

No banco da praça

Faço um empréstimo
para sua estima
juro que os juro
não sera alto

Faço um empréstimo
de alto estima
juroque os juro
nao sera alto

Escrevo uma carta
no cartão de crédito
acredito que assim
dará tudo certo

Namoro no banco
Namoro no banco
No banco da praça

Namoro no banco
Namoro no banco
No banco da praça

Previsto um amor,a vista
o que parcelado
é selado pelo par

Amor indolor
Amor indor
em dólar

amor do lar
amor do lar
em dólar

caia na real
caia no real
o cruzeiro já afundou

melhor um amor
verborragico
do que um amor
com verba.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Enquanto o Iu ri
a ma ria.

domingo, 28 de março de 2010

Jaçanã

Eu prefiro o tédio
de não fazer nada
do que nadar,em suas águas

Eu não me acostumei
o mar eu nunca amei
prefiro os prédios
de São Paulo

Até me aprumei
mas o mar eu nao amei
prefiro os prédios
de São Paulo

Eu quero a cidade cinza
que eu mesmo ranzinza
sou feliz.

Quero o samba de jaçana
essa gente sã
na avenida a cantar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Drummond

Pedro era companheiro da solidão
Joyce andava de mãos dadas com o isolamento
Certo dia, Pedro conheceu Joyce
E Joyce se encantou com Pedro
Pedro se encantava com jazz
Joyce passou a cantar jazz
Pedro cantava a atriz daqueles filmes franceses
Joyce começou a assistir Godard
Um dia Joyce conheceu Márcio
Que era vegetariano, gostava de folk e de literatura Russa
Os dois casaram
Certo dia Joyce se lembrou de Pedro, e não entendeu
O porquê havia namorado ele
Já que ele era carnívoro, odiava Bob Dylan e só lia auto-ajuda.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A solidão me completa
Só a saudade é perfeita
Não há pecado na solidão
Nem miséria no bom senso
O que dificulta a compaixão
É o exagero do ego
Colírio colérico que cega
Traga o espelho quebrado
Divido entre eu e eu
Como se fosse capaz, a felicidade desamparada
Não comparo amor
Tão pouco,me distancio da realidade
O que me distraia na hora do medo
É a morte constante da esperança
Se tenho a mim,tenho só uma visão
Serei visionário da culpa
E morrerei como um martírio para o céu.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pássaros

Um passo ao impasse
Um passarinho impossível que se aproxima
Tal qual pássaro novo, sem ninho
Meu passado passista
Saudoso encontro com o cético
Quem sabe toda palavra boa pousaria
Quem sabe todo amor seria de Maria.
Toda pausa que a vida retém
Refém a fé que não altruísta
Subirei ao alto, e de lá voarei
Como se fosse possível,o acaso sobrevoar a vida.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Samba do Barraco

É uma barra
morar em meu barraco
mas só de birra
eu não me mudo de lá

Tem gente que berra
que é burra
e que é barrada

No meu barraco
as paredes ja estão
todas borradas

E quando chove
inunda tudo
fica aquele barro.

é uma barra.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Caravelas

A brasa queimava a página de algum livro do Caio Fernando Abreu
E as cinzas ocupavam o ar que antes fora da solidão
E como em um livro, as palavras eram o essencial
Embora os beijos, despertavam algo melhor que literatura
Era como ser personagem de uma vida real
A musica equilibrava os sorrisos
E a cama era um deposito de segredos
Ela era o que faltava em minha ausência
E enquanto ela acender meu cigarro
Eu estarei com ela.

terça-feira, 2 de março de 2010

Crença e Aparência

Só creio no que crio
e só crio aquilo que creio
tudo cresce com a crença
destino malcriado, que cre no acaso.
e ando sigo,todos me falam
: - Cresça e apareça,crença e aparencia.