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sábado, 28 de janeiro de 2012

Quantas mulheres um homem pode amar?

- Com quantas garotas você transou enquanto estávamos separados?
- Não sei, acho que só com uma, é isso mesmo, com uma só
- Putz isso é pior do que ter transado com várias
- Como pode ser pior?
- Por que se foi só com uma, significa que foi especial

Póstumo

Como de costume, eu morro um pouco antes de te ver
Morro um pouco, que é pra ganhar vida em seu abraço, na contrapartida do meu cansaço
Morro um pouco na contramão da nossa espera
E o meu oposto, será meu póstumo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sangra

Se for para arranhar meu sonho, gaste as unhas em meu corpo
Se for para suspender meus pés, antes decore meu equilíbrio
Se for para acossar meu osso, que primeiro desbote minha pele
Se for para rasgar meu gesto, que seja para vislumbrar meu vício
Se for para fotografar, que não seja meu fastio
Se for para rebuscar minha língua, gaste tua boca com teu cigarro
Se for para enfeitar, me enfeite de sangue.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Seu Nome

Invado seu nome
Revirando - me entre seus espaços
Na variação do que me invoca
Revogando- me entre suas vogais
Na litragem de cada letra que ecoa, calculo o meu sim
Nas consoantes sou teu choro
Invado seu nome
Reviro, desviro, me debruço
Desconstruo a pronuncia
para que meu coração pare de te chamar.

Habita no Capital

Tudo que é imposto. empesteia a cidade
Do pasto sem pistas que se forma sem informação
Da justiça postiça que ouriça sem piedade
A pessoa talhada do chão, até ficar alheada e sem partido
O Dinheiro empilhado que ilha a humanidade sem nenhum pinheiro
Desabriga e obriga a fugir sem caminho
Desocupa a palavra direito, Desencapa a farda, descapa a culpa
Esvazia a dignidade, e habita no capital, sem apitos na mão de indigentes
Índios com indícios de pele, de marca, e de cicatriz
Da Massa Falida, massacra pelo fálico poder da palavra final.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Travar minha estrofe

Filtrar o seu limite
Confinar nossos corpos o limítrofe
Travar minha estrofe em sua garganta
Do trofeu que fenece sem mãos
E trovoar a solidão em tua cantiga
Antiga transfiguração de um céu trivial
Coar seu eco dentro de minha distância
E o que ficar em mim, liquidificar em tristeza

Prostrado em prosa

Em quantas repetições você vai me repartir?
Repentina pena repensada em rapsódia
Quantas reprovações vão reprisar em sua boca?
Até reprimir o prazo de tua culpa
Do prezado tempo que te aprisiona, entre o previsível e a pressa.
Prostrado em prosa, provando da tua poesia.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pernas em Transe

As pernas que desciam aquela escada, tremiam, tremiam como despedidas ocas, como dúvidas que o vento não leva. As pernas que desciam aqueles degraus, tremiam como arrependimentos de quem não saúda a boa sorte, tremiam como pontes em desábito, como guarda chuvas velhos que de tão usados ornamentam o vazio. Pernas que desacostumadas a enfeitar corpo, desarquitetaram qualquer proporção raciocínio - coração , sem edificação, só respiro e pernas.

Interiores

Ratifico a reação
De toda teoria que te faça ser minha
Retiro sua dúvida
Sou rei de sua tenra retórica
Reitero a metade que me rapta
Permanecerá inteira em meu interior

domingo, 15 de janeiro de 2012

Feitiço sem vila

Retalha o cetim que desperdiça o confete
Quebra o feitiço que desvela qualquer sol que vai embora
Teu samba fatiado não facilita os meus passos
Valei -me de choro para que não haja navalha
E não é do meu feitio guardar um amor no peito

Melancolia

Minha agonia onírica na contramão de uma celebre árvore
sem mistério interplanetário que me faça só
se em ti sou cálice, minha sede é milagre
Quando a melancolia colidir com meu peito
Será um alívio ser extinto da tua terra

Tábula

Seu paladar pálido
deixou minha língua rasa
e sem um dedo de prosa
calei minhas mãos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Lâmpada

Essa lâmpada que insiste em queimar
Esse lampejo que me assusta
Oscilação é ingenuidade
Essa lâmpada que insiste em me queimar
Que me manda dormir
Abaixo,meu corpo que será sempre luz
Acima o teu, que será sempre noite
Essa lâmpada, gênio da lua, que me manda ser humano
Essa maldita lâmpada
Não vê que sonho não eletrifica nenhuma vizinhança?
Não vê que sonho não é um pedido, e muito menos não acontece ao meio fio?
Essa lâmpada, senhora de si
não vê que sonho não é ciência?
Essa lâmpada que milagrosamente queima,

Negação

Eu não conheço o seu nada
Também não prendo o seu oposto
Nunca senti o extremo da sua presença
Nem a totalidade da sua ausência
E não, isso não é negar
Não podes negar o que eu não conheço.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Eletromagnética

Já que não sente nenhuma fração
Nenhuma fricção de minha memória e teu pensamento
Certifique de ser ciência, esse teu andar no meu espaço
Esse teu andar sobre as ondas do que poderia ser nosso mar
Eletricamente fugas
Transitando sobre teus ares inconcebiveis
Recebe de mim a distancia
Para que haja no tempo condições de ser feliz
Para que se transmita o acaso numerológico
para normais que buscam o êxtase
A saudade é eletromagnética, mas em você nada paira.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Amantes

Seu medo não tem pressa
Acalma o instante
meus olhos lhe dirão, se é sono ou se é morte
Desafogue o agito
Nesse teu peito que já não existe espera
Compreendes o mar sem amantes?
A minha terra sem tua deixa, é terra infértil
A sua liberdade não ecoa pois em liberdade se deita
E os escafandristas não exploram o silêncio
E eu não guardo em armários o que não tem validade

Ele

Verte o ébrio do equilíbrio
Da vértebra que centra tua segurança
Coluna que é lacuna do seu espaço
Tão reto teu desejo quanto fácil
Teu osso não esconde nenhum descompasso
Teu corpo que anda e desmanda no meu
E meu abraço sem adoração ficara imune a tua loucura
Subsidio de pele na pele dele
Serás dele
A boca que agradece o sossego
O dedo que em riste aponta a cama
E a bandeira da paz hasteada em sua espinha dorsal

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Impossível

Não vês o quanto é improvável
Esse teu horizonte ávido por vivencia?
Vocalizando em minha mente só por experiência
Deletérios por deleite
Dilatando as horas, tentando em mim decodificar teu limite
Encostando-se a mim seu elogio eloqüente
Sem previa, apenas me privando da decadência
Não vês o quanto é imprevisível?
Verticalizando toda imprudência
Destreza de esquina, decantando em toda rua.

Cópia Fiel

Esse vidro que fica em mim
Como se me cortasse em sua cópia
Como se melodiasse sua essência
Sua boca reinventa a divindade assoviando demônios inofensivos
Esse seu corpo infiel para minhas mãos e incongruente para minha direção
Leva seu corpo para longe do meu e diz que é vontade de deus
Há sempre um pedaço de liberdade em toda apoteose
Consagra teu sangue, é de bom grado ser assim tão solitário
E esse vidro que fica em mim
Pedaço de liberdade que não se despede sem antes me cortar
Como se me fatiasse em sua cópia tetricamente forjada
Emancipa seu vicio e é da tua fome que me enfeitarei
Serei um pedaço seu, o pedaço que nega a morte
O pedaço da estante com flor
E quando se livrar de mim, serei a copia fiel de tua tristeza.

Frente

Eu reverencio a tua essência
Reinvento o sossego com a sucessão de formas
Aponte desmonte a mente, apara a transgressão
Imerge, interage, corte a falha que ficou
Rasga tua cor metálica da geometria dos teus passos
É tão fácil ter pés de alumínio enquanto abraço o fastio
E essas pessoas que nos carregam, como submarinos permanecem sem poesia
Querem nos moldar em ondas, nosso força dobradiça
Constrói a dor sem solidão
Rompe o dicionário, transcreve a terapia no meu corpo com palavras sensórias
Dicotomia, somos dois bichos que se mexem sem nenhuma finalidade
Não feche a janela se não morremos.