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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O silêncio não quebra taças

Oxigenava meu cérebro de acaso, enquanto respirava a má sorte de não poder simplesmente fugir, o seu toque ressoava em meu gole, emitia o equilíbrio e a harmonia que descia pela garganta. O gosto do passado, o passado em meu copo, você em meu copo, a ilusão á minha frente, suas palavras fantasmas sublinhavam minha bebida, e eu engolia esses fantasmas, que me apoderavam, que te assustavam, mas que era só vertigem. Ás vezes o gole substituía as palavras, substituía meu teto, meu chão, meu rumo. Para meu copo, minha taça, minha lata, eu era o rumo, eu era o teto, eu era o chão. O silencio entrava a cada gole teu, o silencio continha álcool, o silencio era nosso fantasma era o assombro do consumo, do consumado, vidro que repousa o simulacro,o vidro que não corta a embriaguez, mas que cicatriza nossas bocas, o castigo dos lábios dormentes, prensado em nosso crime, o simulacro era a embriaguez, ,e o silencio já não quebrava as taças. Bebíamos sem saber que bebíamos, bebíamos sem saber o que bebíamos,bebíamos sem brindar, mas quem iria brindar um amor morto?

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