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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Limiar da liberdade

No limiar de todo limite
o céu é deslocado
no limbo da saudade
um torso alquebrado de desejo
o vazio é uma arma apontada para o sexo
Sua janela sem vasos, tira a liberdade dos pássaros
Eu cruzo a floresta, e teu significado é meu corpo
Fibras e palavras de madeira
a chave dos sonhos está perdida entre agulhas
fura o pulso que ainda não virou verbo
quem chama a vida de morte
pode muito bem morrer sem dor
atribiu a raiva a mancha da pele
a voz de um sorriso que não se calou
Se a mulher domasse a serpente
não existira inferno
o pecado está na forma e não na ideia
o objeto que hoje te estupra, não tem rosto
eu prefiro as maças, do que sua personalidade
o que não tem cara, não permanece nunca na memória
E enquanto isso, todos os sinos pegam fogo

Um comentário:

Sandro Ataliba disse...

"o pecado está na forma e não na ideia"
Excelente!