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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amanhecer

Seus braços me afastam, enquanto o sol afasta as nuvens
Quando amanhecer, seus lábios serão do vento
enquanto os meus, serão só meus
vão cerrar entre palavras cortadas de um frio injusto
ressecada será a solidão quando nos despedimos
Haverá um buraco em cada tentativa de ser pleno
A boca seca de se inebriar em desculpas
A fome que mata a ferida da ferida que não mata o homem
Só encontro teu corpo no escuro
onde cada fuga é confortável
encoberto de cansaço e descanso
deitados somos livres, em pé somos do que convém
Só te tenho por perto quando não há mais ninguém
quando não não há o seu ninguém
e eu sinto muito por amanhecer.
Se eu pudesse, meu corpo inteiro seria noite.

Um comentário:

Nathane Dovale disse...

'deitados somos livres, em pé somos do que convém'
GENIAL