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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Há um cemitério em meu bolso
Cruza o meu caminho a penumbra
enquanto a vida não se move,só se debate
Calida,imperfeita,o vigor se desintegra
tudo que vira pó,é tomado pelos meus olhos
formigamento na alma
e o mundo já é um castigo
Ressoa o possivel futuro
indagando o que havera de ser.
e eu me pergunto se morte é não se encontrar
Eu carrego o prestigio de estar vivo
mas não me orgulho do mal estar
me envergonho da casualidade
tudo que prescindi a ferida
Há camponeses mortos em meu quarto
e eu permaneço lendo seus óbitos.
Antes de dormir,me imagino encaixotado
o arrependimento não tem claustrofobia
me atrofio no espaço entre o céu e a lua
viro estrela para te queimar
me misturo no veneno da antipatia
o velho carecer de asas
se fosse passaro estaria morto
se fosse um cão estaria morto
mas como sou Humano
fico só no desejo.

2 comentários:

nydia bonetti disse...

beleza de texto. é o terceiro poema "seco" que leio hoje. também tenho olhado a vida com estes olhos. culpa da baixa umidade do ar? quem dera... abraço!

Ana Clara Fujimori disse...

"mas como sou Humano
fico só no desejo. "
òtimo, perfeito e lindo!