Páginas

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nós, os vivos

A vida é feita de guarda chuvas perdidos e isqueiros quebrados. Penso. Enquanto tento acender um cigarro já molhado. Meus óculos embaçados pelos pingos me impedem de enxergar algo além do fogo. A solidão á essa hora é monocromática e espeta em mim sua cor. Não enxágüe, não derrama. Lembro-me de teu rosto derretendo, tintas improváveis em meu coração. Um gosto de má noticia na boca, outro atropelamento talvez, mastigo o transito que entre meus dentes buzinam em tosse. São Paulo é tão santo sem você, e meu corpo tão endiabrado sem o teu, repito, repito como um alarme, como sirene, como os mortos. Os mortos repetem o que os outros mortos repetem. O homem é a morte do homem. E nós, os vivos ,mal entendemos dos mal entendidos.

Nenhum comentário: