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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

In- comodos

Desafio sua retina e desalinho em desculpas
Afiado esculpo o abrigo
Enfeito o efeito das frases afoitas, que saem como casas á beira-mar
Do estilete que enferruja tua dança, do engenho que transforma perfume
As portas salgadas agoniam a cordialidade, de ser bem- vindo em lugar qualquer
Sem tapetes para julgar o privado, sem café para oferecer ao público
Quebre as janelas se não pode se livrar de mim e assim acordarei em um novo conserto
Nosso quarto já não é bem visto, das laranjeiras que insistem em nos abandonar
Pisa teus pés no forro sem fim, ou afunda no corredor sem esperança
Tormentas teu canto de oração
A liberdade é só uma banheira vazia
E o quadro que incomoda por ser em linha torta, não foi Deus quem fez a inadequação
Nem as escadas que levam ao mesmo lugar
Ateará fogo no chuveiro que respiga sexo
Da natureza que molda o homem, só o crime é selvagem
Abrigará a terra e o céu, enquanto durmo em tempestade
Cubra teu corpo de couro, enquanto a cama exibe solidão
Dos travesseiros que hoje dispenso, restará o barulho da madrugada, que diferente do mar
não poupa nossos corpos.
Tua visita que polui meu estado, é o centro da beleza rendida
Não mais dançara com os predios, nem tomarás com as mãos a avenidade
Se queres minha terra, vai ter que plantar o mais belo doce
Da tua visita não vai carregar nem mais o denso filtro
nem mais o fragil costume
De nada mais importa se o chão é desconhecido, gozaremos no teto
e tomaremos conta de tudo que um dia foi desperdiçado
não por afronta, apenas por egoismo.




Um comentário:

Clara disse...

o poema mais bonito que eu li nos últimos tempos.