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domingo, 13 de julho de 2008

Metamorfose ambulante

Acordo meio sem foco, meio sem rosto
Um desconhecido de mim mesmo
Me procuro,não acho
Não há nada que identifique meus pensamentos
Nessa bagunça, nessa casa de instantes
Arrisco-me a olhar o espelho, não me adapto ao que reparo
Não, a barba não cresceu, mesmo que pareço velho demais para meu corpo
Abro as gavetas, procuro alguma carta, que mostre quem sou, mas sem sucesso
Então, desço uma escada, que ontem parecia menor
Atravesso corredor, que ontem também parecia menor
Coloco um ou dois vinis para tocar minha memória
Que bobagem, pra que mentir?São CDs mesmo, se fossem vinis, eu me reconheceria
Toca alguma coisa dos Beatles,e outra do Cazuza, mas não, não estou em campos de morango
E definitivamente em nenhum trem para as estrelas.
Não sou passageiro de nenhuma estação
Sou passageiro de mim mesmo, não me aproveito
E quando vou ver, já não estou
Passeio entre paginas,que só falam de olhares de ressaca,mas não,ressaca eu não estou,se tivesse,estaria dormindo.
Desisto de me procurar,talvez era melhor ter escutado Raul,talvez eu seja,uma metamorfose ambulante.

4 comentários:

Marcela Brunelli disse...

Talvez você tenha simplesmente acordado no dia em que a Terra parou. =/

Mas tudo bem, como vc é uma metamorfose ambulante, amanhã já está tudo bem, de novo!

E agora serei cativa, aqui!

Bjinhos
=*

Raquel Toledo disse...

Iuri!! vc por aqui também.
vou te linkar lá no meu blog, tá?
gostei mto do seu texto, cara. que bacana =)

um super beijo!

Marcelo Mayer disse...

há muito tempo não passava por aqui...
tá muito bom cara!

"Não sou passageiro de nenhuma estação"

abraços

Marcela Brunelli disse...

Não atualiza mais?