Esse vidro que fica em mim
Como se me cortasse em sua cópia
Como se melodiasse sua essência
Sua boca reinventa a divindade assoviando demônios inofensivos
Esse seu corpo infiel para minhas mãos e incongruente para minha direção
Leva seu corpo para longe do meu e diz que é vontade de deus
Há sempre um pedaço de liberdade em toda apoteose
Consagra teu sangue, é de bom grado ser assim tão solitário
E esse vidro que fica em mim
Pedaço de liberdade que não se despede sem antes me cortar
Como se me fatiasse em sua cópia tetricamente forjada
Emancipa seu vicio e é da tua fome que me enfeitarei
Serei um pedaço seu, o pedaço que nega a morte
O pedaço da estante com flor
E quando se livrar de mim, serei a copia fiel de tua tristeza.
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