Eu meço a distancia na chuva
faço uma leitura do céu
e percebo um Deus prolixo
não há mais novidades no divino
se eu não lembro é por que não senti
meu coração ambivalente
embaixo de uma nuvem bicolor
eu preciso reler jornais antigos
buscando um passado inédito
e acreditando novamente no amor
Meu pulso me mostra o que devo fazer
e minha ira é tão bela quanto sagaz
enfraqueco de tanta força
e sangro como um quadro que perde tintas
na mão de um esquizofrenico
eu mal frequentei a vida
e quando estive presente
ela faltou comigo.
minhas palavras tão mais forte quanto a chuva
quero algo que me engasgue
algum trovão que abrace meu pescoço.
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