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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cena de Índios

Ela sempre foi, de se emocionar muito fácil, e com muita pouca coisa, vivia chorando em frente à televisão, no canto do quarto ao ler um livro, com a bronca dos pais, e com o desentendimento com os amigos, era só a mãe chamar a sua atenção que ela já abria o bocão, como a mãe costumava dizer. Mas a mãe com aquele jeito Poliana de ser,enxergava o lado bom disso,pelo menos ela é sensível,antes isso,à um filho frio,que não tem sentimentos. Quando viajavam geralmente para o Litoral, Jessica, sempre gostava de ir ao banco de trás deitada, gostava de olhar as nuvens, e os fios no céu, como era muito pequena, não entendia o que eram todos aqueles fios que se cruzavam e que naquele instante atrapalhava uma visão melhor do seu teatro de nuvens, e achava esquisito aquela bola em cada fio. Jessica era um pouco impaciente com as viagens,e sua cabeça sempre calculava um tempo que era muito maior do que o real dentro do carro,se tivesse viajando um hora,em sua cabeça já estava na estrado a pelo menos uma 4 horas e meia,e de tanto imaginar as horas passadas,ela imaginava o quanto o carro já tinha andado,e tinha uma visão privelegiada do horizonte,e aquilo ali era um limite para la,imaginava se o carro podia chegar ao fim do mundo,se uma hora a estrada não ia acabar,em ponte descontinua,ficava imaginando qual rua o mundo acabava e também imaginava que estava prestes a chegar nela. Mas voltando ao bocão aberto, quer dizer a sensibilidade,quando estava imerso a diversos pensamentos,uma lagrima imprevista e intrometida caiu do seu olho, e como diz aquele ditado, por onde passa um boi, passa a boiada, veio a chorar copiosamente, e sem nenhum motivo aparente. Suas primas que a acompanham e que serviam de travesseiro,se assustaram e com um tom carregado de curiosidade a perguntaram o motivo e o por que daquele berreiro todo,e ela na mais pura ingenuidade de uma criança,disse : - Eu não sei,só deu vontade de chorar.E as prima ficaram sem entender,uma olhando na cara da outra,dizem as más línguas que a mais velha até fez o sinal da loucura com a sua mão esquerda.Ao receberam a resposta inesperada,a mais nova respondeu : - Deixe,para chorar em momentos oportunos.Como se ela soubesse o que era oportuno : - Deixe para chorar,em momentos que realmente tiver um motivo,uma tristeza,não gaste todas suas lagrimas agora,por que quando você quiser chorar por uma coisa bem triste,não vão haver lagrimas,por que você já chorou muito. .Pronto, isso serviu para que Jessica pensasse em mil coisas, pensou que suas lagrimas tivessem secado, seus olhos tivessem se tornado infrutífero demais, para derramar uma lagrima, um ambiente árido, aonde não se produz nenhuma, nenhumazinha lagrima, e foi então que chorou novamente ao pensar nisso tudo. Mas esse pensamento de chorar por tudo, ou de suas lagrimas acabarem, nunca a abandonou, ela temia não chorar em um enterro ele um ente, de um familiar, ou não conseguir chorar se seus pais tivessem se separando, e isso simplesmente por que seu estoque de lagrimas havia acabado. Já crescida Jessica assistindo um filme, soube que realmente existia uma doença que secava os olhos, impossibilitando a pessoa de chorar, e a historia das lagrimas, já esquecida, veio à tona novamente. E em outro filme,Jessica viu as artimanhas das atrizes,com suas lagrimas artificiais.E parou para pensar em tudo novamente.E ela dava graças a Deus por ainda poder chorar,e pensava consigo,não há tristeza maior,do que querer chorar,e não conseguir

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Arrumar a Cama

Ele era daquelas pessoas,que sempre se perguntava. : - Para que arrumar a cama?se a noite volto a me deitar?Para que escovar os dentes pela manhã?já que vou tomar café e ter que escovar os dentes novamente.Se questionava o tempo todo,não desligava a tv,e teve uma época até que comecou a não tomar banho,com a justificativa que ia soar,e se sujar depois.Até que um dia,imerso na inercia de seu quarto,pensou : - Para que vou sair,e viver ?se um dia hei de morrer?e nunca mais saiu daquele espaço.
Quem dera ele tivesse criado o costume de arrumar a cama.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cerne

Não consigo discernir
O cerne do meu sentimento
Que concerne com o meu coração
Cernir o que passa aqui dentro
Mas todo critério é discreto demais
Critico a discrição dos meus dedos
Distinguir a língua que passa em minha boca
Compreender a pressa dos seus lábios em meu corpo
Diferir o que me fere, do que me dá prazer
Preferir o que o coração escolhe
O que o amor colhe
E o que a razão mata.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Inóspito

Fraquejar diante você
Derramar minhas desculpas desfeitas
Procurar o esconderijo para que minha alma não entre na sua
Enfeitar os devaneios,desertar a saudade
Flamejar seu orgulho tão desesperado
Fazer chover em sua austera personalidade,inundando assim,seu caráter
Remediar a sua indiferença com o passado mal criado da infância
Entupir os seus vasos sanguíneos com a mesma química de seu cigarro
Regurgitar suas inconveniências intolerantes
Dilacerar seu mau humor tão cortante como suas cicatrizes mimadas
Acusar seus erros seu pecado,seu corpo oco,sua alma insípida
Seu coração,foi o lugar mais inóspito aonde poderia morar.

sábado, 24 de outubro de 2009

Coração

Meu coração sedentário
sedento por emoção
teima pelo que teme
meu corpo treme pelo que não tenho.
Meu coracao consternado
contorna o desejado
contesta a inconstancia da felicidade
Meu coracao breve
ligeiramente bate fraco
Algoz,agonizado pelo mal estar
e só resta para ele, o sangue.
só resta o que me presta.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

fotossíntese

no retrato síntese de nós não há mais luz
na manhã de sol íngrime deixo morrer
nossas flores sob a delicadeza
da toalha em ponto-cruz sobre a mesa
houve vida nas fotos aos pedaços
fotossintetizo o lume perdido nos teus traço

(Iuri e Bruna)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Medo

O meu medo é do medo passar despercebido
da tristeza se camuflar no cotidiano
e entrar comunhao com o comum
O meu medo é deixa de lado a minha dor
fingir que ela nao existe,pra ter uma vida normal
O meu medo é conviver com infelicidade
passar por cima do que me faz mal
O meu medo,é ter uma sorriso de fachada
e quando me perguntarem se estou bem,não saber responder.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Escrevo

Escrevo para tocar a realidade,para não me tornar escravo da minha inercia.Escrever,é meu crivo,escrevo para cravar meu sentimento.Escrevo o que é crivel,escrevo o que eu creio,escrever é meu credo.Meu escrito não é restrito,abrange o finito e o infinito.Minhas palavras sao lavouras aonde brotam outras palavras,outras palavras e outras palavras.Lavrar as palavras,cultivando novos significados,palavras e larvas que culminam terras áridas.Escravo do vocabulo,escrevo para cravar meu silencio.

sábado, 10 de outubro de 2009

Vazio

Sou fraco
E a minha fraqueza,é querer tudo para mim.
Minha alma sabe mais do que deve
Meu coracao sente mais do que pode
Tenho medo,pois não sou louco
só os loucos não tem medo.
E essa vida não tem cura
Incúria perfeição sem som
Sou Fraco
E essa minha impossibilidade de me doar
dói em minha alma
Não uso da minha propria razão
tão dismistificada,quanto a distimia de outrora
De tudo que já enfrentei
A luta mais dificil,foi contra o vazio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Suicidio

A covardia
ardia
Na cova.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sobre a reforma ortografica

Em minha reforma ortografica
a palavra gente teria til
e assim sendo gente + ~
e toda gente seria gentil.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Estorvo

Estorvo
Turva visão da more
Curva eternidade arco-iris
Distimia,disseste as dezesseis lágrimas
Corvo Maldito,Edgar nunca mais
Covardia revista na penumbra
Regressão ao amor,agressão de graça
Desgraça pendula
Permuta na carne e no osso
Perpetua o gesto incredulo da cruz
Eu estive na chuva de sapos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Ligia

Ligia
Ligeiramente livre
Legitima razão de ser bela
Em tudo que li
Nem no Tom encontrei
O elogio certo para seus olhos
Jobim,cantou Luiza,Luciana
E eu,só canto Ligia.

sábado, 3 de outubro de 2009

Paladar Pálido.

Ando associando a palavra pálido com paladar,faz muito mais sentido.
algo como : - Não quero mais seus beijos pálidos.